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Finalmente, Portugal já não funciona a carvão.

A Central Termoelétrica do Pêgo em Abrantes esgotou o stock de carvão que tinha disponível. Como resultado, o fim a produção de eletricidade com recurso a carvão.

Sábado, 20 de Novembro de 2021. É um dia histórico para as energias e para o Ambiente em Portugal. A Central Termoelétrica do Pego, a funcionar desde 1993, termina agora a sua actividade de produção de eletricidade através da queima de carvão.

Para a associação ambiental ZERO, a data em que se deixa de utilizar em Portugal o combustível mais poluidor, antecipa um objetivo que estava traçado para 2030. ” Enquanto isso, não deixa de ser um alerta para a necessidade de planear antecipadamente e assegurar uma transição energética justa para o país rumo à neutralidade carbónica em 2050 ou antes ”

De lembrar que a Central Termoelétrica de Sines fechou em Janeiro deste ano e como resultado deste fecho, o nosso país torna-se num dos primeiros do mundo a não utilizar eletricidade proviniente de carvão. Esta Central era responsável por 4% das emissões de dióxido de carbono em Portugal na última década.

Como resultado do encerramento das duas centrais a carvão, Portugal deverá registar uma enorme quebra de emissões de carbono.

E agora?

O fim da atividade desta central levanta agora a questão das energias alternativas. O recurso à queima de biomassa é uma das soluções em cima da mesa, mas que a ZERO alerta não ser “sustentável”. “Trata-se de uma solução que não é eficiente e vai contra os objetivos de concentração do carbono na floresta e não significa uma grande mais-valia face a outras soluções”, afirma.

O futuro da estação deve passar pelas energias renováveis, para além da biomassa. Foram apontadas algumas soluções para poderem ser instaladas e assim, aproveitar a capacidade de ligação à rede existente actualmente.

Sob o mesmo ponto de vista, o ministro do Ambiente revelou ainda outros projetos, incluindo a “produção de eletrolisadores, que produzem hidrogénio verde a partir da água; projetos de produção de energias renováveis e gases renováveis; projetos de produção de pequenos camiões elétricos”

Deixar de usar carvão na produção de eletricidade é um elemento importantíssimo na descarbonização. O tema ganhou destaque e causou polémica na COP26, com alguns países a recusarem acabar com o uso deste combustível. Nesta cimeira, Portugal comprometeu-se com medidas de apoio ao fim da exploração de petróleo e gás. Irá ainda continuar a política já iniciada de eliminação de subsídios ao uso de combustíveis.

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