Na passada segunda feira dia 28 de abril de 2025, Portugal e Espanha enfrentaram um dos maiores apagões elétricos dos últimos anos. Num instante, milhões de pessoas ficaram sem eletricidade, e o sistema elétrico da Península Ibérica revelou vulnerabilidades que não podem ser ignoradas – especialmente num momento em que aceleramos a transição para as energias renováveis.
Na Enbiente, acompanhamos de perto este tipo de acontecimentos, porque acreditamos que compreender os riscos e desafios do setor energético é essencial para garantir um futuro mais sustentável, estável e seguro para todos.
O que causou o apagão?
Segundo informações divulgadas por diversas entidades, o apagão foi provocado por uma perda súbita de cerca de 15 GW de produção elétrica em apenas cinco segundos. Esta falha gerou uma oscilação de tensão grave, que desestabilizou toda a rede elétrica ibérica. Ainda estão a decorrer investigações técnicas, mas tudo indica que houve uma conjugação de fatores: condições meteorológicas adversas, elevada injeção de energia solar e eólica (fontes intermitentes), e uma resposta de backup insuficiente.
A dependência energética entre Portugal e Espanha
O apagão revelou outro problema estrutural: a forte dependência de Portugal em relação à eletricidade espanhola. Na hora do incidente, estávamos a importar cerca de um terço da energia consumida no país. Depois do colapso, Portugal suspendeu temporariamente o intercâmbio com Espanha e passou a operar de forma autónoma – mas isso teve um custo.
A flutuação de preços
Com menos energia disponível e sem possibilidade de importar, o preço da eletricidade disparou. Houve dias em que pagámos quatro vezes mais do que os consumidores em Espanha. Isto afeta todos: desde famílias até empresas que dependem de energia para produzir.
A fragilidade da “ilha energética” ibérica
Portugal e Espanha são frequentemente apelidados de “ilha energética”, devido à fraca ligação elétrica com o resto da Europa. Atualmente, a interconexão com França é de apenas 2%, muito abaixo da meta europeia de 15%. Isto significa que, em situações de emergência, não podemos contar com os vizinhos europeus para nos “socorrer” com eletricidade.
E agora? O que podemos (e devemos) fazer?
O apagão deixou claro que a transição energética não é apenas uma questão de instalar painéis solares ou turbinas eólicas. É preciso planeamento, robustez na rede e equilíbrio entre produção renovável e fontes de backup.
Na Enbiente, defendemos que o caminho passa por:
- Reforçar as interligações elétricas com a Europa, para garantir mais segurança e flexibilidade;
- Investir em armazenamento de energia, como baterias residenciais e industriais, que permitem estabilizar a rede e consumir energia quando não há produção solar ou eólica;
- Apostar em soluções descentralizadas e inteligentes, como autoconsumo com baterias, sistemas de gestão de energia e carregamento inteligente de veículos elétricos;
- Educar e capacitar os consumidores, para que todos saibam como contribuir para uma rede mais estável e resiliente.
O futuro pode (ainda) ser diferente
Apesar dos desafios, acreditamos num futuro energético mais sustentável, descentralizado e seguro. Mas para isso, é essencial investir em soluções tecnológicas inteligentes — e ter a coragem de repensar o sistema como um todo.
Na Enbiente, estamos prontos para ajudar nessa transformação. Porque um sistema energético preparado não é aquele que nunca falha — é aquele que, mesmo perante falhas, continua a garantir energia limpa, acessível e confiável para todos.
Vamos construir juntos um futuro mais resiliente?
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